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O Brasil dispõe de um valioso arsenal científico que já confirmou que a cor azul é a mais atrativa para a mosca-do-estábulo (Stomoxys calcitrans) – conhecida também como: mosca-da-cana, mosca-da-vinhaça, mosca-do-bagaço, mosca-do-gado – , com destaque para os estudos desenvolvidos pelo pesquisador Paulo Henrique Duarte Cançado, da Embrapa Gado de Corte.
Tanto que entre as principais ferramentas de monitoramento e controle populacional da Stomoxys calcitrans, utilizadas por produtores de gado e gestores de usinas sucroalcooleiras, geralmente figuram as colas entomológicas azuis – produtos largamente usados no preparo de armadilhas adesivas, em diferentes superfícies, para a captura de insetos-praga.
Agora, de forma complementar, uma pesquisa recente desenvolvida numa universidade britânica descobriu a razão por trás do poder de atração da cor azul em relação às moscas picadoras: elas confundem objetos azuis com animais, isto é, com potenciais hospedeiros que são fontes de alimento.
A pesquisa – denominada “Why are biting flies attracted to blue objects?” (“Por que as moscas picadoras são atraídas por objetos azuis?”) – foi desenvolvida na Prifysgol Aberystwyth University, tradicional universidade do País de Gales, e publicada no The Royal Society Publishing.
De fato, esse comportamento das moscas picadoras já era conhecido, porém a “razão” da atração pelos tons azuis ainda era um mistério.
Particularmente no Brasil, a descoberta científica respalda de vez a utilização de colas entomológicas azuis em ações de controle populacional massivo da indesejável e nociva da mosca-do-estábulo (Stomoxys calcitrans).
Especialmente em propriedades pecuaristas e áreas de produção de cana-de-açúcar, negócios que, ocasionalmente, são infestados pelo parasita hematófogo que causa danos à saúde dos rebanhos, à qualidade dos produtos de origem animal e também a queda da produtividade.
Por que a cor azul atrai a mosca-do-estábulo?
Há mais de duas décadas, pesquisadores brasileiros já se debruçam sobre o tema, particularmente a equipe da Embrapa Gado de Corte.
Os apontamentos e descobertas dos cientistas brasileiros da Embrapa – quanto à atratividade da cor azul – já são largamente praticados na agropecuária nacional, com grande eficácia de resultados na área de monitoramento e controle massivo da mosca-do-estábulo, praga que tem se alastrado pelas regiões do país, com o registro de vários surtos.
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Agora, a pesquisa acadêmica britânica surge como mais um subsídio científico confirmando a eficácia da utilização de estruturas/produtos de cor azul em dispositivos de monitoramento e captura de moscas.
Até a publicação dessa pesquisa acadêmica, não se sabia a razão exata pela qual as moscas picadoras, incluindo a mosca-do-estábulo (Stomoxys calcitrans), são atraídas por tons azuis.
Os pesquisadores europeus desenvolveram redes neurais artificiais, que foram programadas para simular o processamento visual do cérebro de moscas picadoras.
Durante a pesquisa, os cientistas britânicos treinaram as redes neurais para diferenciar animais das folhagens e de superfícies sombreadas e sem sombras. Depois, as mesmas redes neurais artificiais foram desafiadas a classificar objetos/armadilhas azuis utilizados no controle de moscas.
Durante a pesquisa, os cientistas britânicos treinaram as redes neurais para diferenciar animais das folhagens e de superfícies sombreadas e sem sombras. Depois, as mesmas redes neurais artificiais foram desafiadas a classificar objetos e/ou armadilhas azuis utilizados no controle de moscas.
Tendo como base a informação sensorial de uma mosca, os pesquisadores concluíram que a oposição azul-verde é a maneira mais eficaz para distinguir animais de folhagens e que, para as moscas picadoras, objetos azuis se assemelham a animais hospedeiros.
“As redes neurais artificiais treinadas podem fazer ambas as discriminações com alta precisão. Elas discriminaram animais de folhas com base na oposição de fotorreceptores verde-azulados e, comumente, classificaram erroneamente objetos azuis como animais”, justifica um trecho da pesquisa.
De acordo com o pesquisador Roger Santer, que liderou o estudo, os resultados permitem o aprimoramento de armadilhas para o controle e captura de moscas transmissoras de doenças, tornando-as ferramentas cada vez mais eficazes em ações de controle sanitário e garantia do bem-estar animal em áreas de confinamento e pastagens.
Blue Glue: Cola entomológica azul
Um das alternativas mais eficazes para o monitoramento e controle da mosca-do-estábulo (Stomoxys calcitrans) em fazendas de gado e usinas (locais que produzem grandes quantidades de vinhaça, resíduo orgânico derivado da cana que atrai esse tipo de praga) é o emprego da Blue Glue.
Fabricada pela Coleagro, a Blue Glue é uma cola entomológica atóxica, não inflamável, resiliente às condições climáticas e de alta pegajosidade. Foi especialmente desenvolvida para ser utilizada no preparo de armadilhas para moscas em placas, painéis e outras superfícies.
É um produto ideal para garantir a proteção de animais e, assim, impedir que a mosca-do-estábulo transmita doenças como:
- anemia infecciosa em equinos (AIE);
- doença do carrapato;
- habronemose gástrica (nematoide Habronema microstoma);
- carbúnculos;
- Mal das cadeiras (causado pelo protozoário Trypanosoma evansi).
O alto poder de atratividade da Blue Glue garante total eficiência na captura da mosca-do-estábulo e outros insetos-praga como, por exemplo, os insetos tripes (Thysanoptera), que infestam culturas de hortifrutigranjeiros e de flores.
A Blue Glue é um produto que ajuda a criar uma blindagem sanitária em pastos e áreas de estocagem/descarte de vinhaça (proveniente de usinas sucroenergéticas), que auxilia na prevenção de doenças e promove o bem-estar de rebanhos, contribuindo assim com a produtividade e lucratividade dessas instalações do agronegócio.
Vale destacar que a cola entomológica azul Blue Glue da Coleagro é fabricada em total conformidade com a Resolução SAA – 38, de 3 de julho de 2017, da Secretaria de Abastecimento e Agricultura do Governo do Estado de São Paulo, que criou o Programa de Controle e Prevenção do Surto da mosca-dos-estábulos.
Reflexive Trap: Armadilha Reflexiva
Outra opção para o controle populacional da Stomoxys calcitrans é a Reflexive Trap, armadilha reflexiva colante, também de alta pegajosidade, que não utiliza veneno (atóxica) e não inflamável.
A Reflexive Trap é um dispositivo plástico que, ao refletir a luz solar, atrai a mosca-do-estábulo e outras moscas do tipo picadoras à sua superfície ondulada e extremamente adesiva, mantendo-as presas e distante de animais e subprodutos na cana.
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Cola entomológica azul – Blue Glue
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Coleagro
Monitoramento de Insetos Agrícolas