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De maneira alarmante, a cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis) é uma praga em plena expansão nas lavouras do Brasil. De acordo com produtores e especialistas, a safra 23/24 pode sofrer perdas de até 70% em casos de descontrole do inseto que, na última década, tornou-se uma das principais ameaças aos milharais.
A cigarrinha-do-milho é uma praga migratória e sua propagação recente por vários Estados brasileiros tem causado prejuízos ao agronegócio. Leia-se queda de produtividade, problemas fitossanitários, baixa rentabilidade e a disseminação de doenças.
Hoje, iniciativas como o Manejo Integrado da Praga, o controle do milho tiguera e as soluções de monitoramento e controle massivo da cigarrinha são reconhecidas como ações sustentáveis e eficazes para garantir a proteção das plantações contra a infestação do inseto.
Qual é a doença que a cigarrinha transmite?
As principais doenças transmitidas pela cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis) são o enfezamento pálido, o enfezamento vermelho e a risca de milho.
Veja, abaixo, os patógenos e os principais sintomas dessas doenças propagadas pela cigarrinha-do-milho:
Doença | Patógeno | Sintomas |
Enfezamento pálido | procarionte Spiroplasma kunkelii (Corn Stunt Spyroplasma) | folhas com estrias cloróticas, plantas com altura reduzida, encurtamento de entrenós, brotos nas axilas foliares e cor avermelhada nas folhas, podendo ocorrer enfraquecimento dos colmos e proliferação de espigas |
Enfezamento vermelho | procarionte conhecido pelo nome comum fitoplasma (Maize bushy stunt phytoplasma). | amarelamento e/ou avermelhamento das folhas, geralmente iniciando pelas bordas, perfilhamento e proliferação de espigas por planta |
Risca do milho | doença causada pelo Maize rayado fino virus | formação de pequenos pontos cloróticos nas folhas que podem coalescer com o avanço da doença, formando linhas ao longo das nervuras (Sabato, 2013) e possibilidade de redução de crescimento e abortamento das gemas florais |
Cigarrinha eleva custo de produção de milho, segundo CEPEA
Levantamentos recentes realizados pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), apontam as infestações da cigarrinha como uma das principais causas da queda da produtividade das safras de milho, além de aspectos climáticos como a escassez de chuvas e geadas.
Mas do que isso, alerta o Cepea, a grande presença de populações do inseto-praga nos milharais eleva o custo de produção do cereal, já que na tentativa de frear as infestações os produtores intensificam as aplicações de defensivos agrícolas.
Aplicações extras de defensivos elevam sobremaneira o custo total (CT) da safra, pressionando a margem líquida do agricultor, observa o Cepea.
Para assegurar o controle da cigarrinha, diz o Cepea, em algumas regiões do país os custos de produção por hectare podem resultar em acréscimos de até R$ 200,00.
fonte: CEPEA
Como saber se tem cigarrinha no milho?
A cigarrinha-do-milho é um inseto de pequeno porte (de 3,7 mm a 4,3 mm), geralmente de cor palha na fase adulta, que possui ciclo de vida que varia entre 24 e 45 dias.
A – Monitoramento através de armadilhas adesivas
B – Análise do aspecto comportamental: é uma praga que geralmente se aloja no cartucho das folhas.
A característica física mais marcante da Dalbulus maidis é a presença de duas manchas escuras entre os olhos.
Os principais sintomas que indicam a presença da cigarrinha-do-milho são a altura reduzida do pé de milho, espigas pequenas com grãos esparsos, má formação das palhas, proliferação de espigas, de radículas e o surgimento de folhas avermelhadas.
A cartilha Manejo da Cigarrinha e Enfezamentos na Cultura do Milho, da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), informa que “adultos e ninfas vivem em colônias no cartucho e folhas jovens do milho e ambos sugam a seiva das plantas onde adquirem os patógenos e posteriormente os transmitem de forma persistente propagativa”.
Quantos dias dura o ciclo da cigarrinha?
O ciclo de vida da cigarrinha-do-milho pode variar entre 24 e 45 dias. E a fêmea pode depositar até 14 ovos por dia.
Como fazer o controle da cigarrinha-do-milho?
Monitoramento
Faça um monitoramento regular das suas plantações de milho para detectar a presença da cigarrinha. Utilize um sistema de armadilhas adesivas para a tomada de decisão quanto à adoção de medidas de controle mais caros biológico e/ou químico.
Controle cultural
Implemente práticas agrícolas que possam ajudar a reduzir a população de cigarrinhas. Isso pode incluir a rotação de culturas, o uso de variedades de milho resistentes a pragas e a eliminação de plantas daninhas hospedeiras.
Controle químico
O uso de inseticidas específicos para cigarrinhas pode ser uma opção, mas deve ser feito com cuidado para evitar danos ao meio ambiente e à saúde humana. Consulte um especialista ou profissional agrícola para obter orientações sobre os produtos mais adequados e as melhores práticas de aplicação.
Controle biológico: Introduza inimigos naturais da cigarrinha-do-milho, como predadores e parasitoides, que ajudarão a controlar a população da praga de forma mais sustentável.
Manejo Integrado de Pragas (MIP)
Considerado uma das melhores e eficazes alternativa para o controle da cigarrinha-do-milho.
O MIP é uma estratégia de enfrentamento de pragas que articula diferentes métodos de controle (monitoramento, cultural, biológico, químico), intervenções físicas e outras ações complementares.
Racional e abrangente, o MIP é uma opção sustentável (que gera menos impactos ambientais) e que proporciona mais economia ao produtor rural, na medida em que otimiza o uso de pesticidas.
Dentro dessa ampla estratégia de controle da cigarrinha-do-milho e outras pragas, as cartelas adesivas amarelas Yellow Trap se apresentam como ferramentas agrícolas fundamentais para apoiar a tomada de decisão por parte dos produtores.
A Yellow Trap é um produto atóxico, não inflamável, de alta pegajosidade e fácil de usar, exclusivamente recomendado para o monitoramento de uma grande gama de insetos voadores, incluindo a ameaçadora cigarrinha-do-milho.
Ela é desenvolvida e fabricada pela Coleagro, empresa 100% brasileira, líder no segmento de colas entomológicas e armadilhas adesivas de monitoramento e controle massivo de insetos.
Em qual período deve-se fazer o monitoramento da cigarrinha para reduzir as perdas?
Para realizar o adequado monitoramento da cigarrinha-do-milho, e assim evitar perdas de safra, as cartelas adesivas amarelas Yellow Trap devem ser instaladas 1 a 2 meses antes da cultura.
Outra recomendação importante é deixar a Yellow Trap a 10 metros de distância da bordadeira e a cerca de 20 cm ou 30 cm sobre a superfície vegetal ou solo.
Para garantir sua alta performance nas lavouras, isto é, a coleta de parâmetros precisos de presença/infestação de pragas, o conjunto de cartelas Yellow Trap deve ser trocado semanalmente ou a cada três dias.
Até o estádio V8 do milho (8 folhas), a Yellow Trap deve ser posicionada sobre as plantas. Após isso, deve ser instalada na parte mediana do dossel.
Coleagro
Monitoramento de Insetos Agrícolas